quinta-feira, setembro 08, 2005

Instituto Nacional de Estatística

Clima económico cai para mínimo de há quase dois anos
07.09.2005 - 16h19 Lusa

O indicador de clima económico, que reflecte as perspectivas dos gestores dos sectores da indústria, comércio, construção e serviços, deteriorou-se pelo quinto mês consecutivo em Agosto, para o pior valor em quase dois anos, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O indicador de clima económico apresentou pelo décimo mês consecutivo um valor negativo, situando-se em menos 1,1 por cento no trimestre terminado em Agosto, o valor mais baixo desde Setembro de 2003.

O indicador de confiança dos consumidores voltou a deteriorar-se em Agosto e registou o pior valor desde Junho de 2003, ficando em menos 41,7 por cento no trimestre terminado em Agosto, um agravamento de 3,6 pontos percentuais.

Todas as componentes do indicador de confiança dos consumidores contribuíram para o comportamento negativo verificado, a exemplo do que se verificou nos dois meses anteriores.

O INE indica que se verificaram ligeiras recuperações da confiança na indústria transformadora e nos serviços e uma degradação no comércio e na construção e obras públicas.

Nas indústrias transformadoras verificou-se uma recuperação na procura global (devido à melhoria na procura externa) e nos “stocks” de produtos acabados, contrariada pela deterioração da produção prevista.

A confiança na construção e obras públicas degradou-se em Agosto devido à evolução desfavorável das perspectivas de emprego, enquanto as opiniões sobre a carteira de encomendas estabilizaram.

O indicador de confiança no comércio deteriorou-se em Agosto pelo quarto mês consecutivo, atingindo o valor mínimo da série (menos 12,6 por cento). O principal factor negativo foi o agravamento do pessimismo do comércio a retalho, cujo indicador atingiu o mínimo da série, em menos 17,6 por cento, mas observou-se também uma evolução desfavorável da confiança no comércio grossista, com o indicador a fixar-se em menos 8,4 por cento.

O INE indica que as perspectivas de evolução de actividade se deterioraram intensamente nos últimos três meses em ambos os subsectores do comércio e atingiram em Agosto um mínimo da série.

O comércio a retalho foi o segmento responsável pelo pior comportamento das avaliações sobre a actividade no mês.

O indicador de confiança dos serviços recuperou em Agosto, devido a avaliações mais positivas sobre a carteira de encomendas e sobre a actividade recente, contrariadas pelas opiniões desfavoráveis sobre as perspectivas da procura.

Também se deterioraram as opiniões dos empresários dos serviços sobre as perspectivas de emprego.

in O Público Online

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