sexta-feira, setembro 16, 2005

Opinião de Francisco José Viegas

Tenham medo, muito medo

Toda a gente tem informações privilegiadas sobre o que pensa Cavaco. Só assim se explica que Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Mário Soares se multipliquem em declarações sobre a necessidade de derrotar Cavaco, o único que ainda não é candidato. À esquerda, aliás, vai uma discussão interessante e até académica para determinar se as candidaturas de Louçã e de Jerónimo de Sousa são ou não úteis para que Soares possa derrotar Cavaco logo à primeira volta ou apenas à segunda. Mas o objectivo está definido à partida derrotar Cavaco. Há um imperativo categórico em toda a esquerda moral ou política: derrotar Cavaco. Esse é o objectivo principal. Não há outro, pelo menos que se vislumbre.

Mário Soares, que começou por dizer que Cavaco seria um bom adversário, com quem até gostaria de debater, inclinou-se já para a posição mais radical Cavaco não tem perfil para presidente da República. Ora, quem não tem perfil para presidente a República também não terá perfil para candidato à presidência a República, suponho. Não vale a pena concorrer.

Cavaco mete-lhes medo. Cavaco, que ainda não se apresentou como candidato, é o monstro da democracia. Mais do que isso Cavaco ameaça-a; ele não tem o "perfil humanista" que é necessário para exercer o cargo, não tem atrás de si a corte nem a legenda de intelectuais que fazem de um candidato a Belém um eleito em Belém. Mais: ele sofre desse defeito terrível que transforma um candidato a Belém num monstro sem eira nem beira - sabe economia, a ciência mais desagradável entre todas; ele sabe de finanças, o que até Jesus Cristo recusaria e recusou (invocam-se os poetas quando eles servem para provar o que nos favorece). Cavaco não tem "pedigree". É um homem que habitou a vivenda Mariani, na fantástica Boliqueime algarvia, onde teve o descaramento de nascer.

Estão a rir? Ah, mas isto é o que pensam a esquerda e a direita bem-educadas que vêem no homem de Boliqueime o representante daquele horror que povoou Portugal nos anos 80, distribuindo dinheiro e falando duro, sério, às vezes implacável. Esta ideia de que Cavaco é um simples, uma espécie de Calisto Elói camiliano, que, em vez de sair de Miranda do Douro, sai da sua sala de estar cheia de molduras com recordações familiares, é, evidentemente, falsa. Mas corresponde ao desenho conveniente para que os candidatos do bom gosto enfrentem um Cavaco que não foi escolhido para apresentar, em livro, publicamente, os poemas da sua vida.

Sim, Cavaco é o inimigo a abater, uma espécie de devorador do regime; mesmo que nada nos autorize a citá-lo como o Átila que venha a esmagar as instituições, a Constituição e o regime.

Com esta nova declaração de Mário Soares, a de que Cavaco "não tem perfil", a de que "o gajo" não tem um "perfil humanista", está definido o campo. Ou seja dos três candidatos, com excepção de Francisco Louçã (que falou sobre o assunto), ainda não sabemos o que querem exactamente, a não ser isto: derrotar Cavaco.

Com tantos ataques a Cavaco, mesmo antes de Cavaco Silva aparecer como candidato, de ele dizer ao que vem - se vier -, não sei se não valerá a pena prestar atenção à figura do homem das finanças e saber por que é que ele provoca esta urticária generalizada nas grandes províncias portuguesas. É assim que se constrói uma figura, aliás designando-a antes de ela se tornar visível.

in JORNAL DE NOTÍCIAS

quarta-feira, setembro 14, 2005

Ainda em relação à nomeação de Guilherme d'Oliveira Martins

Estava a ler alguns blogs, e lembrei-me de dar uma vista de olhos pelo Sistema de blogs da Assembleia da República, e encontrei este post "O Parlamento e as contas...", escrito pelo referido Deputado, Guilherme d'Oliveira Martins.

Deixo aqui um pouco do que ele lá tem...

"...Perante as dúvidas dos últimos anos sobre a real dimensão do défice público português, surgiram dois tipos de propostas, que não podem ser confundidas – e que, infelizmente, há quem por distracção insista em confundir. De um lado, há necessidade de reforçar a credibilidade, o rigor e a transparência dos elementos da execução orçamental e das contas públicas. Estamos a falar das competências do Ministério das Finanças, do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal e dos poderes jurisdicionais e conexos do Tribunal de Contas. Esses poderes deverão ser aperfeiçoados (e coordenados no campo administrativo), mas não respeitam directamente ao Parlamento. Não se deve, pois, misturar as competências políticas do Parlamento, com funções administrativas ou jurisdicionais. Não conheço, aliás, iniciativas que advoguem tão absurda confusão. Proposta muito diferente, é a feita pela drª Teodora Cardoso, de reforço das competências parlamentares quanto à fundamentação das decisões orçamentais, ao acompanhamento da execução e à fiabilidade das decisões políticas com consequências para as contas. Trata-se da necessidade da criação de uma Unidade Técnica de Execução Orçamental, baseada num amplo consenso parlamentar, de modo a garantir que o Parlamento tenha um papel activo, com a Administração e o Tribunal de Contas, na criação de uma co-responsabilidade institucional efectiva que evite a repetição de comissões presididas pelo Governador do Banco Central para apuramento dos défices efectivos. Eis o que está em causa…"

Interessante!!! Isto foi escrito no dia 10 de Agosto.

Não estaria esta nomeação planeada há muito tempo?
Aonde pára a "imparcialidade"?

terça-feira, setembro 13, 2005

Péssima nomeação

Um dos rostos que mais envergonhou o país e mais contribuiu para o descrédito das nossas contas públicas nos mercados internacionais, Guilherme de Oliveira Martins, vai ser devidamente recompensado por este notável feito com uma nomeação para nem mais nem menos que o Tribunal de Contas.

G. de Oliveira Martins, que era Ministro das Finanças na data apontada pela imprensa internacional como aquela em que Portugal usava "Enron Style Public Accounting", empresta assim o seu défice de crédito ao T.C.

O mesmo Ministro que defendeu o indefensável, que fez as declarações mais descabidas como se tudo estivese bem e no paraíso quando o descalabro financeiro era total, vai então levar este passado para o T.C.

Este mesmo G. de Oliveira Martins que mantém a mesma linha de "lealdade" defendendo publicamente toda e qualquer política orçamental desde que saia do Partido Socialista vai agora ser o isento entre isentos.

Nota histórica: Aníbal Cavaco Silva nomeou para o mesmo lugar, à data, António Sousa Franco. Esta nota é importante para relembrar que não temos de estar condenados a esta mediocridade circular.

via MÃO INVÍSIVEL

Ver também este post hilariante no Blogue dos Marretas

segunda-feira, setembro 12, 2005

TORNA-SE O PRIMEIRO PILOTO PORTUGUÊS A PONTUAR EM DUAS CORRIDAS

GP Bélgica: Tiago Monteiro continua a bater recordes

Tiago Monteiro tornou-se hoje (ontem) o primeiro piloto português a pontuar em duas corridas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, ao concluir o Grande Prémio da Bélgica no oitavo lugar, depois de ter subido ao pódio nos Estados Unidos.

O portuense, único a terminar as 16 corridas já disputadas esta época, o que constitui também um recorde para um estreante, largou da 19.ª posição da "grelha" em Spa-Francorchamps, mas a sua estratégia de fazer a qualificação com a afinação de corrida acabou por ser eficaz.

Numa corrida ganha pelo finlandês Kimi Räikkönen (McLaren- Mercedes), e concluída por 15 pilotos, Monteiro beneficiou do toque do brasileiro António Pizzonia (Williams-BMW) no Colombiano Juan Pablo Montoya (McLaren-Mercedes), que afastou ambos da prova, embora se tenham classificado nas últimas posições.

Monteiro já tinha sido o primeiro português a subir ao pódio, ao terminar em terceiro no Grande Prémio dos Estados Unidos, mas a corrida de Indianapolis foi marcada pelo boicote das equipas com penus Michelin e, por isso, apenas disputada por seis pilotos. Monteiro, que ocupa o 15.º lugar da classificação do Mundial, com sete pontos, terminou atrás dos dois pilotos da Ferrari, o alemão Michael Schumacher e o brasileiro Rubens Barrichello.

Em 1995, Pedro Lamy foi o primeiro piloto português a pontuar na Fórmula 1, ao terminar o Grande Prémio da Austrália na sexta posição, somando um ponto.

Lamy, que correu quatro temporadas na Fórmula 1 (1993 a 1996), conseguiu também um oitavo posto em 1994, mas nessa altura apenas os seis primeiros lugares eram pontuáveis.

Mário Araújo "Nicha" Cabral, nos anos 60, e Pedro Matos Chaves, em 1991, foram os outros portugueses com experiências na categoria rainha do automobilismo, sem resultados de relevo.

in O Record Online

O português Tiago Monteiro justificou o ponto conquistado no Grande Prémio da Bélgica de Fórmula 1 com a afinação do Jordan EJ15b a pensar na chuva e, sobretudo, a escolha de pneus.

"A escolha de pneus intermédios, que mantivemos sempre, foi a melhor opção, porque a pista nunca chegou a estar suficientemente boa para usar pneus para piso seco", afirmou Tiago Monteiro, após a 16ª prova do Mundial.

Depois de ter partido na 19ª posição, Tiago Monteiro chegou ao oitavo lugar nas derradeiras voltas, beneficiando da desistência do colombiano Juan Pablo Montoya (McLaren-Mercedes) que teve um acidente com António Pizzonia (Williams-BMW), depois de "dobrar" o brasileiro.

"Arranquei bem e consegui fugir do (colega de equipa) Karthikeyan ao mesmo tempo que tentava acompanhar o Sauber de Villeneuve, mas estava com o carro muito pesado. O 'safety-car' entrou numa altura limite para nós em termos estratégicos, pois contava parar à 15ª volta", acrescentou.

No entanto, Tiago Monteiro acabou por ganhar com a entrada do "safety-car", saltando do 17º para o oitavo lugar.

O piloto portuense tornou-se no primeiro português a pontuar em duas corridas do Campeonato do Mundo, depois de um terceiro lugar no atípico GP dos Estados Unidos, disputado por apenas seis monolugares.

"Este resultado é muito importante pelas circunstâncias como o conseguimos e veio na altura certa. Este ponto é muito importante profissionalmente para mim, nesta corrida onde tudo foi impecável. Não podia ter sido melhor", afirmou o 15º classificado do Mundial de pilotos, agora com sete pontos.

A corrida foi ganha pelo finlandês Kimi Raikkonen (McLaren- Mercedes) que negou ao espanhol Fernando Alonso (Renault) a prematura conquista do título mundial.

Com três provas por disputar e 25 pontos de avanço, basta agora a Fernando Alonso (segundo classificado em Spa-Francorchamps) o terceiro lugar no Grande Prémio do Brasil para ser o mais jovem piloto de sempre a ganhar o título mundial, aos 24 anos.

Fonte: Lusa

in O JOGO Online
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Acho "interessante" a maneira como determinados jornalistas, em especial o que escreveu a reportagem no Record, minimizar a entrada nos pontos por parte do Tiago... Questiono o seu patriotismo... Acham mesmo que o Tiago Monteiro é um piloto mediano? Pelo menos já fez muito melhor que alguns outros que já passaram pela F1, e com um carro que não está grande "máquina". É um piloto excepcional, espero que tenha melhor sorte no próximo ano, porque merece, e está a dar nas vistas, nunca desistiu.
Parabéns Tiago!!!

domingo, setembro 11, 2005

Sporting 2 Benfica 1

E lá passou mais um derby lisboeta.
Casos à parte, pode-se dizer que o jogo nem foi mau, tirando é claro, que mais parecia um campo de batalha. Mas começa-se já a notar o mau perder dos “atletas” do Sport Lisboa e Benfica, e de certeza que o que o treinador lhes diz, não entendem. Houve más decisões por parte da arbitragem, correcto, nem questiono, mas lembrem-se que errar é humano, e o Benfica só é “Campeão” por erro humano…
O Sr. Luís Filipe Vieira pode ir entregar outro DVD a reclamar, mas também não foi ele que disse que ia a Alvalade ganhar de qualquer forma?
De facto ele ganhou qualquer coisa, uma enorme dor de cabeça, pois já lá vão 3 jogos, 1 ponto, 1 golo, e está já a 8 pontos… mas que grande Campeão.

Ainda há pouco, estava a ler no Record Online alguns dos comentários que lá se encontram, tanto benfiquista a reclamar, as faltas são sempre ao contrário… abram os olhos, o vosso tempo está a contar.

A águia começa a ficar depenada...
Só espero é que na Liga dos Campeões façam boa figura e honrem o estatuto que temos graças ao Porto.