quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Voltando à OPA da Sonae

No Semanário Económico...

"03-02-2006

Rede fixa penaliza Portugal Telecom, segundo a UBS
PT tem o pior “outlook” entre as telecoms da Europa do Sul
A Portugal Telecom (PT) enfrenta as perspectivas mais negativas a médio prazo entre as congéneres da Europa do Sul. A posição é defendida pela UBS que, num estudo de research sobre as três principais operadoras da região, conclui que a empresa continuará a ser penalizada pelas fracas estimativas para a rede fixa."

"03-02-2006

Credit Suisse com perspectivas para o título
Revisão em alta para a Sonaecom
A holding para o sector de media e telecomunicações do grupo Sonae recebeu esta semana uma recomendação em alta por parte do Credit Suisse."

U2 foram os grandes vencedores dos Grammys

O grupo de rock irlandês U2 foi o grande vencedor da 48ª edição dos Grammy, os prémios da indústria de música norte-americana, ao ganhar nas cinco categorias para as quais estava nomeado. Mariah Carey foi a grande derrotada da noite.

A banda liderada por Bono Vox arrebatou os prémios nas categorias de melhor álbum ("How to dismantle na atomic bomb"), melhor canção ("Sometimes you can't make it on your own"), melhor interpretação em duo ou grupo rock ("Sometimes you can' t make it on your own"), melhor canção rock ("City of blinding lights") e melhor álbum de rock ("How to dismantle na atomic bomb").

O single do ano foi para os Green Day, com "Boulevard of broken dreams" , e o cantor John Legend foi considerado a revelação do ano.

A melhor intérprete feminina de música pop foi Kelly Clarkson, com o tema "Since U been gone", que ganhou também o Grammy para melhor álbum pop ("Break away").

O melhor intérprete masculino no campo pop foi o veterano Stevie Wonder , com "From the bottom of my heart".

A cantora Mariah Carey, nomeada para oito Grammys, acabou por ser a grande derrotada, ao conseguir apenas três prémios: melhor álbum de "rhythm and blues" contemporâneo ("The Emancipation of Mimi"), melhor canção de "rhythm and blues" ("We belong together") e de melhor vocalista feminina de "rhythm and blues", com a mesma canção.

OPA e contra OPA da Sonae.com à PT

No JN de hoje, 09 Fevereiro...

"O lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) alternativa sobre a Portugal Telecom (PT) pode acabar por não se realizar por falta de liquidez financeira. O JN apurou que a pretensão do grupo liderado por Ricardo Salgado, em nome do Banco Espírito Santo (BES) e ontem noticiada pelo "Jornal de Negócios", está a encontrar entraves por falta de financiamento. O grupo de empresários e financeiros portugueses, em que se destacam Ricardo Salgado, Patrick Monteiro de Barros e Ilídio Pinho, não terá ainda desistido de avançar, mas a entrada do Crédit Agricole - principal parceiro do BES - não está a ser fácil de garantir."

Será assim tão mau que o grupo financeiro de Belmiro de Azevedo fique com a PT???

Pessoalmente, acho que, seria benéfico para Portugal, uma vez que a Sonae.com neste momento tem excelentes condições de desenvolvimento tecnológico a nível das telecomunicações, graças à sua parceria com a France Telecom. Para os consumidores, seria uma possível vantagem, na diminuição de custos mensais nas comunicações, como poderão ter melhores serviços, do que aqueles que são prestados actualmente pela PT.

in DE...
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Há uma questão essencial nesta operação em que a Sonae oferece um prémio de 20% para comprar a PT: a possibilidade de se verificar uma contra Opa.

Isto é, de mais alguém considerar que deter a maior empresa portuguesa de telecomunicações é, de facto, um bom negócio. E ela é essencial porque pode baralhar todos os dados. As razões são simples.

Primeira razão: uma oferta que fosse além dos 9,5 euros por cada acção (mais dividendos) representaria uma conquista do mercado. Isto é, isso significaria que a Portugal Telecom é vista como geradora de valor para os accionistas e, mais importante, que muitos considerariam que a sua própria gestão traria resultados melhores. E assim, se uma OPA é bem vinda uma vez (porque é a expressão dessa livre dinâmica dos mercados), uma segunda OPA também teria de o ser. E desta forma um comprador português teria de ser igual a um qualquer outro comprador, português ou não, que tornasse pública a sua vontade de pagar pelo controlo do negócio.

A segunda razão decorre desta: o Estado português não é simples espectador na PT. Pelo contrário, tem um voto de qualidade de que o Governo não pretende abdicar. E se assim é, isso significa que a aparente força do primeiro argumento se modera pela presença do Estado. Nenhuma solução avança se contrariar o interesse de Portugal, poderá dizer o Governo. Ora, se isto é assim, como pode a Sonae comprar uma empresa que está, justamente, protegida de ataques que esse mesmo Estado possa considerar lesivos dos interesses nacionais? Via desblindagem, claro.

O que força o terceiro argumento: a desblindagem só se verifica se o Estado considerar que esses mesmos interesses não estão em risco. Melhor dito: não chega aceitar vender a Belmiro. É preciso garantir que essa desblindagem - que viabiliza a venda - não abre caminho a contra propostas. A uma ou várias contra OPA’s. Dito de outra forma ainda: a desblindagem dos estatutos da PT só faria sentido garantindo-se que ela apenas encaixava numa oferta aceite pelo Estado. Se fosse a da Sonae, teria de ser uma desblindagem à medida da Sonae. Certo?

Sim, o que força a quarta razão, de todas a mais complexa: para vender a Belmiro, teria de se desproteger a PT à medida do negócio, mantendo-a fechada a OPA’s de terceiros, como a espanhola Telefonica ou aos muito globais fundos de investimento. O Governo, que se tem dito adepto de mais concorrência, não poderia aceitar esta ideia. Isso é claro. Mas também não estaria certamente disponível para ceder a PT apenas por dinheiro fresco.

O que conduz à quinta e última razão: existe uma possibilidade razoável de o negócio não se concretizar porque, parecendo saudável para o sistema, torna vulnerável esse mesmo sistema. E o Estado, assumindo o dever de proteger o maior número possível de pessoas, torna-se normalmente avesso ao risco. "

Também no DE...
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Analistas dizem que oferta é oportunidade para Governo afastar Telefónica

DE com Lusa


Os analistas de mercado que acompanham a PT consideram que a OPA lançada pela Sonae poderá ser uma boa oportunidade para o Governo afastar da corrida a espanhola Telefónica e também apontam que o executivo será decisivo no processo.

"Com a venda à Sonae, o Governo poderá estar a prevenir um problema futuro", afirmou à agência Lusa o analista da Lisbon Brokers John dos Santos.

"Entre perder a empresa e deixá-la ir para mãos estrangeiras", o Governo deverá aceitar a oferta da Sonae, acrescentou o analista.

John dos Santos nota, no entanto, que caso a Telefónica ou outra concorrente estrangeira surjam com uma proposta melhor, o
Executivo "ficará sem argumentos" para rejeitá-la, ao ter-se mostrado disponível para vender a Belmiro de Azevedo.

Isto, porque a maioria das casas de investimentos estão a aconselhar os seus clientes a aguardarem por eventuais novas ofertas, por considerarem baixo o preço por acção da PT oferecido pela Sonae SGPS (9,5 euros).

Maria Sumavielle, da Caixa Banco de Investimento reconhece que a oferta da Sonae SGPS está dois por cento acima do preço-alvo atribuído à PT, de 9,3 euros, mas refere que o banco está a aconselhar os seus clientes a aguardarem por novos desenvolvimentos.

A analista disse à Lusa que uma contra-OPA da Telefónica é "possível", mas este não parece ser o "momento propício" para a operadora espanhola fazer compras, já que adquiriu recentemente a britânica O2.

Por outro lado, a analista nota que "a Telefónica sabe" que o Governo não está interessado em que a PT seja vendida a estrangeiros e dificilmente seria viável que a operadora espanhola assumisse uma posição de controlo na congénere portuguesa.

Numa nota diária de 'research', o Dresdner aconselha os accionistas da PT a "rejeitar a oferta", por enquanto, e refer que o Governo português "será decisivo" neste processo.

Os analistas do Dresdner admitem "ser possível" que o Governo favoreça a venda da PT a um grande grupo português, em detrimento de um 'player' estrangeiro, como a Telefónica.

O Governo será submetido a "pressões consideráveis", caso a Telefónica lance uma contra-OPA, referem.

Outra nota da JP Morgan também frisa este aspecto, referindo mesmo "motivações políticas" na oferta lançada por Belmiro de Azevedo.

Segundo os analistas, a OPA poderá resultar de um interesse comum em criar um "campeão nacional [nas telecomunicações] e contrariar uma oferta definitiva da Telefónica".

Ainda assim, os especialistas notam que a Telefónica poderá ter menos interesse numa contra-proposta caso lhe seja permitido comprar a Vivo, acrescentando que esta parece ser a "única sinergia óbvia".

O Millennium bcp Investimento salienta, no diário de acções, que "será importante estar atento à reacção do Estado português e da Telefónica" e admite que "a oferta é exequível" para a Sonae, "assumindo a venda de alguns activos", como a Vivo, Optimus e PT Multimédia.

Ainda assim, o banco refere que, "no cenário de ter de rever em alta a oferta" e "pagar um preço demasiado alto", a Sonae e Sonaecom poderão ser penalizadas no futuro.

O Finibanco considera expectável que surjam contra-ofertas "por parte dos actuais accionistas da PT ou, eventualmente, de outros interessados".

Também nota que o valor da oferta é "aparentemente" baixo para a operadora nacional e salienta que "este será um processo bastante moroso", acrescentando que "ainda não foram facultados ao mercado alguns pormenores relevantes da operação".

O valor global da oferta pela totalidade do capital da PT ascende a 11,1 mil milhões de euros (10,7 mil milhões de euros relativos às acções e 390 milhões de euros relativos às obrigações convertíveis)."